Um recente relatório da Oxfam International revela que o 1% mais rico da população mundial, composto por 77 milhões de pessoas, foi responsável por 16% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2) em 2019. Essa parcela equivale à emissão combinada dos dois terços mais pobres da humanidade, totalizando 5 bilhões de pessoas. Os dados alarmantes fazem parte do documento intitulado “Igualdade Climática: um Planeta para os 99%”.
De acordo com a pesquisa, os 10% mais ricos do mundo são responsáveis por 50% das emissões globais de CO2. O relatório aponta para os investimentos dessas elites em indústrias poluentes e seus estilos de vida extravagantes como impulsionadores significativos do aquecimento global.
Outro ponto de destaque revela que as emissões anuais do 1% mais rico anulam a economia de carbono equivalente a quase um milhão de turbinas eólicas terrestres. Além disso, prevê-se que, até 2030, as emissões dessa pequena parcela da população serão 22 vezes superiores ao limite seguro estabelecido pelo Acordo de Paris, que visa manter o aquecimento global abaixo de 1,5° C.
Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil, expressou sua preocupação: “É inaceitável que o 1% mais rico continue liderando o mundo em direção a um colapso planetário “.
O relatório sugere uma solução na forma de um imposto global de 60% sobre os rendimentos do 1% mais rico, que poderia arrecadar impressionantes US$6,4 trilhões. Esses fundos, argumenta-se, poderiam ser canalizados para financiar energias renováveis. Katia Maia insta a sociedade a se mobilizar e pressionar os governos para programar tal taxação.
O relatório, baseado em dados do Stockholm Environment Institute (SEI) e Global Carbon Atlas, chega às vésperas da COP 28 da ONU em Dubai, destacando a urgência de manter a meta de aumento de 1,5°C na temperatura global para evitar um colapso climático.
