A Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), dedicada à proteção desta espécie exclusiva da Mata Atlântica do Rio de Janeiro e ameaçada de extinção, anunciou uma conquista importante: a compra da Fazenda Santo Antônio, em Silva Jardim, interior do estado. A propriedade de 103 hectares está estrategicamente localizada entre dois grandes fragmentos do bioma, somando mais de 20 mil hectares onde os micos circulam. A área será reflorestada para servir de conexão entre esses blocos.
A aquisição foi possível graças aos recursos doados pelas organizações Rainforest Trust e DOB Ecology, parceiras da AMLD. A fazenda, situada no Vale dos Patis, uma área de várzea do rio São João, é atualmente dedicada a atividades agrícolas, o que impede a ligação entre os fragmentos de floresta. O plano da associação é reflorestar 44 hectares com espécies nativas, unindo os dois fragmentos. Estima-se que a floresta levará de 4 a 7 anos para ficar adequada à passagem dos micos após o plantio.
Luís Paulo Ferraz, secretário-executivo da Associação Mico-Leão-Dourado, enfatizou a importância da aquisição da Fazenda Santo Antônio para o programa de conservação. Ele ressaltou que a área possibilitará a consolidação de um corredor florestal único, conectando os maiores fragmentos de Mata Atlântica de baixada, onde vive o mico-leão-dourado.
O plano da AMLD inclui duas etapas: o plantio direto de mais de 33 mil mudas em 20 hectares e a regeneração natural supervisionada em 24 hectares. O monitoramento será crucial para decidir sobre intervenções adicionais. A preparação do solo, o controle de espécies invasoras e a manutenção serão realizados para garantir o sucesso do projeto.
Toda a área da fazenda será monitorada para avaliar a recuperação florestal e o uso do corredor pela fauna. A transformação da propriedade em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) garantirá sua proteção permanente.
