O Brasil espera aproveitar a presidência do G20 em 2024 para fortalecer a Aliança Global pelos Biocombustíveis (GBA) e discutir a criação de critérios de sustentabilidade para produtos da bioenergia. A iniciativa, que reúne Brasil, Índia e Estados Unidos, visa ampliar o mercado global de biocombustíveis e conta com a assinatura de outros países como Cingapura, Bangladesh, Itália, Argentina, Ilhas Maurício e Emirados Árabes Unidos.
Segundo a chefe da divisão de Energias Renováveis do Ministério de Relações Exteriores, Laís Garcia, o Brasil pode usar sua experiência em biocombustíveis para conscientizar outros países do G20 sobre a importância da criação de critérios de sustentabilidade para o setor. Garcia cita o exemplo do RenovaBio, programa brasileiro que estabeleceu metas de descarbonização no setor de combustíveis nacional.
A chefe da divisão de Renováveis do MRE destaca ainda que as metas de descarbonização internacionais para os setores de transporte marítimo e aéreo garantem demanda potencial para os biocombustíveis nas próximas décadas. O Brasil, por exemplo, recentemente adotou uma postura mais ativa na defesa do uso de etanol como combustível marítimo.
No entanto, existem desafios a serem superados, como as restrições em relação às matérias-primas para a produção de biocombustíveis, impostas principalmente pela União Europeia. Outro desafio é o financiamento da transição energética nos países em desenvolvimento.
A presidência do Brasil no G20 também focará na disponibilidade de recursos para a transição energética. Garcia destaca que o planejamento energético será fundamental para enfrentar essa questão e garantir o acesso a recursos por meio das instituições financeiras internacionais.