Bancos centrais estão abrindo novos caminhos na luta contra as mudanças climáticas, utilizando a inteligência artificial (IA) para avaliar os riscos financeiros relacionados ao clima. O projeto experimental Gaia, desenvolvido pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), Banco da Espanha, Bundesbank da Alemanha e Banco Central Europeu, está ajudando a analisar as divulgações das empresas sobre emissões de carbono, emissão de títulos verdes e compromissos de rede zero.
Com o aumento das divulgações climáticas por parte de bancos, seguradoras e gestores de ativos, os órgãos reguladores precisam de dados de alta qualidade para avaliar o impacto das mudanças climáticas sobre as instituições financeiras.
O Gaia consegue superar essa dificuldade, pois se concentra na definição de cada indicador, e não na forma como os dados são rotulados. Isso permite a comparação de dados entre diferentes empresas e jurisdições, oferecendo a transparência necessária para avaliar os riscos climáticos.
Com as análises oferecidas pelo Gaia, é possível extrair e analisar uma infinidade de KPIs (indicadores-chave de desempenho) de um grande número de instituições, abrindo a possibilidade de análise de risco climático em uma escala antes inimaginável.
As novas regras globais, dos EUA e da União Europeia exigem que as empresas listadas façam divulgações obrigatórias relacionadas ao clima. Isso levará a informações mais detalhadas, o que permitirá análises mais precisas dos riscos climáticos.
O programa já analisou 20 indicadores-chave de 187 instituições financeiras ao longo de cinco anos. Os resultados mostraram que mais empresas estão se comprometendo com metas de zero emissões líquidas e emitindo títulos verdes, mas ainda há uma grande disparidade entre diferentes regiões do mundo.