Bactérias de água doce, apesar de seu tamanho diminuto, desempenham papéis cruciais nos ecossistemas aquáticos. Pesquisadores da Universidade de Zurique mergulharam fundo nesse mundo microscópico para desvendar os segredos da adaptação desses organismos às condições em constante mudança de seus ambientes.
Em um novo estudo, a equipe liderada por Adrian-Stefan Andrei, do Laboratório de Evogenômica Microbiana da UZH, analisou amostras de lagos europeus entre 2015 e 2019. Suas descobertas desafiam noções convencionais sobre a evolução bacteriana e têm implicações importantes para a conservação dos ecossistemas de água doce.
As bactérias de água doce enfrentam um dilema evolutivo: enquanto a adaptação é vital para sua sobrevivência, muitas vezes elas experimentam períodos prolongados de estagnação adaptativa. Isso significa que, apesar das mudanças ambientais, essas bactérias podem ficar presas em uma espécie de limbo evolutivo, incapazes de se adaptar rapidamente o suficiente.
A equipe de pesquisa descobriu que, embora a adaptação ao nicho seja um mecanismo evolutivo central para a diversificação populacional, muitas bactérias abundantes em lagos de água doce com genomas pequenos passam por períodos de estagnação. Isso desafia a noção de que os microrganismos são sempre ágeis em responder às mudanças ambientais.
Um dos principais indicadores de adaptação bacteriana são as proteínas secretadas, que desempenham papéis vitais na absorção de nutrientes, comunicação entre bactérias e resposta a estímulos ambientais.
Com a mudança climática se intensificando, os habitats de água doce enfrentam desafios cada vez maiores. O aumento das temperaturas ameaça perturbar as comunidades microbianas essenciais para a qualidade da água e o ciclo de nutrientes. Compreender a capacidade adaptativa dessas bactérias é crucial para proteger esses ecossistemas vitais.