O governo indonésio anunciou recentemente a retomada de uma política controversa de exportação de larvas de lagosta, desencadeando debates e preocupações. A decisão marca o mais recente capítulo de uma saga de oito anos, que teve início com preocupações sobre os estoques de lagostas selvagens e culminou na prisão de um ministro da pesca por corrupção.
O ministro da pesca atual, Sakti Wahyu Trenggono, justificou a decisão como uma tentativa de capitalizar o lucrativo comércio global de lagostas. A exportação de larvas de lagosta foi inicialmente proibida em 2016 para conter a superexploração dos estoques selvagens nas águas ricas do país.
Atualmente, as exportações são permitidas apenas para o Vietnã, um país que produz cerca de 1.600 toneladas métricas por ano de lagostas de alta qualidade, cultivadas principalmente a partir de larvas importadas. Sakti sugeriu que grande parte das larvas de lagosta capturadas na natureza e fornecidas ao Vietnã provavelmente foram contrabandeadas das águas indonésias.
A decisão de legalizar as exportações tem suscitado críticas e preocupações entre os observadores da pesca. Alguns temem que a Indonésia receba apenas uma fração do valor do comércio de lagostas, colocando em risco os estoques selvagens e falhando em desenvolver uma indústria competitiva de criação de lagostas.
Além disso, questões de transparência e possível superexploração foram levantadas, com alguns especialistas alertando que a medida pode beneficiar mais o Vietnã do que a própria Indonésia.
Enquanto isso, o governo indonésio prometeu medidas para manter os estoques selvagens e desenvolver o setor aquícola. A nova política de exportação exige que as empresas exportadoras se associem a criadores de aquicultura e se comprometam a liberar 2% de sua colheita de volta à natureza.