O mais recente Relatório sobre o Estado do Oceano (StOR), divulgado pela Unesco, revela que 72% das 1.473 espécies ameaçadas de extinção encontram refúgio em Áreas Marinhas Protegidas (AMPs). Estas áreas de conservação são essenciais para a preservação da biodiversidade, a segurança alimentar e a saúde dos oceanos.
As AMPs são regiões designadas para a conservação de espécies e recursos naturais, onde são implementadas medidas que promovem o desenvolvimento sustentável, o turismo ecológico e a pesca regulamentada. No Brasil, essas unidades de conservação abrangem 27% do mar territorial, que é a faixa marítima costeira sob jurisdição nacional.
O relatório fornece uma ampla gama de dados científicos sobre o estado atual dos oceanos e os impactos do aquecimento global causado pelo excesso de emissão de gases de efeito estufa (GEE). São observados processos alarmantes como o aumento da temperatura das águas, a acidificação, a diminuição dos níveis de oxigênio em ambientes marinhos e a elevação do nível dos mares.
Com contribuições de 98 autores de 25 países, a edição atual ressalta a importância do ordenamento do espaço marinho como um mecanismo político vital para reduzir as pressões sobre os ecossistemas. Em 2023, 126 países e territórios implementaram políticas baseadas em áreas protegidas, um aumento de 20% em comparação a 2022, evidenciando uma tendência positiva para o cumprimento do ODS 14.
O relatório também aborda a absorção de gás carbônico pelos oceanos e a perda de 2% do oxigênio desde a década de 1960, resultando em centenas de “zonas mortas” devido à poluição. Ecossistemas costeiros como manguezais e pântanos de maré são cruciais para absorver carbono e mitigar os efeitos de um oceano mais quente e ácido, embora de 20% a 35% desses ecossistemas tenham sido perdidos desde os anos 1970.
