O vazamento de resíduos para ecossistemas aquáticos é uma séria ameaça à biodiversidade e à saúde humana, especialmente devido à disposição inadequada de plásticos em oceanos, praias, rios e até regiões remotas como o Ártico e Antártica. Apesar de estudos anteriores focarem na poluição por plásticos nos oceanos, nenhum havia abordado de forma abrangente o vazamento de resíduos aquáticos sob a perspectiva da gestão de resíduos.
Pesquisadores do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados (IIASA), na Áustria, adotaram uma visão sistêmica para identificar os locais críticos de vazamento de resíduos terrestres, destacando áreas como África, China, Índia e Sul da Ásia como particularmente vulneráveis. Esta abordagem revelou a necessidade urgente de ações para melhorar os sistemas de gestão de resíduos nessas regiões afetadas.
O estudo ressalta que focar em fluxos individuais de resíduos, como substituir copos plásticos por copos de papel, pode resultar em consequências não intencionais, como o aumento da produção de resíduos de papel. Portanto, enfatiza a importância de estabelecer metas que abordem simultaneamente múltiplos fluxos de resíduos e promover a coleta universal de resíduos como estratégia fundamental para prevenir vazamentos para ambientes terrestres e aquáticos.
Além disso, os pesquisadores destacam a necessidade de um quadro padronizado para monitorar a geração, composição e fluxos de resíduos, essencial para avaliar a eficácia de medidas políticas, econômicas e tecnológicas destinadas a reduzir resíduos e melhorar os sistemas de gestão. Este estudo preenche uma lacuna crucial no entendimento dos impactos ambientais da gestão de resíduos, oferecendo insights para políticas que promovam práticas sustentáveis e reduzam a pegada ambiental do consumo humano.