O mês passado foi o junho mais quente já registrado em todo o mundo, informou o monitor climático da União Europeia, o Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S). Este fato encerra meio ano de eventos climáticos extremos e destrutivos, que vão desde enchentes até ondas de calor. Desde junho de 2023, cada mês superou seu próprio recorde de temperatura em uma sequência inédita de 13 meses de calor global. Segundo Carlo Buontempo, diretor do C3S, essa série de recordes destaca uma grande e contínua mudança no clima, evidenciando um padrão de aquecimento.
Buontempo alerta que, mesmo se essa sequência específica de extremos terminar, novos recordes continuarão a ser quebrados à medida que o clima aquece. Ele atribui essa tendência à contínua emissão de gases que aprisionam calor na atmosfera. A temperatura média global de junho superou o recorde anterior estabelecido em 2023, destacando ainda mais a gravidade da situação climática atual.
O primeiro semestre de 2024 foi marcado por extremos climáticos ao redor do mundo. Desde calor escaldante na Índia, Arábia Saudita, Estados Unidos e México até chuvas incessantes que causaram inundações no Quênia, China, Brasil, Afeganistão, Rússia e França. Incêndios florestais devastaram áreas na Grécia e no Canadá, enquanto o Furacão Beryl se tornou o mais antigo furacão atlântico de categoria cinco já registrado, atingindo várias ilhas caribenhas.
O aumento das temperaturas coincidiu com o fenômeno El Niño, que contribui para o aquecimento global. Além disso, temperaturas recordes da superfície do mar no Atlântico, Pacífico Norte e Oceano Índico também têm desempenhado um papel crucial no aumento do calor global. Os oceanos absorvem 90% do calor extra associado ao aumento das emissões que aquecem o clima, impactando diretamente a temperatura do ar.