Em 1968, Paul McCartney finalizou a canção “Blackbird” utilizando sons de um melro macho gravados anteriormente, demonstrando como os sons da natureza podem aprimorar a música. Esse uso criativo de efeitos sonoros naturais é observado em outras músicas, como “Storms in Africa II” de Enya e “The Rain (Supa Dupa Fly)” de Missy Elliott. Timbaland, produtor de Elliott, afirmou que sempre quis usar sons naturais em suas músicas, destacando a música encontrada nas árvores e grilos.
Uma nova iniciativa agora reconhece a natureza como uma artista oficial em plataformas de streaming como Spotify e Apple Music. Artistas que utilizam sons naturais podem listar “Natureza” como artista convidado, com parte dos lucros sendo destinada a causas ambientais. Brian Eno, envolvido no projeto, espera que isso incentive mais artistas a pagar royalties à natureza. Ele remixou a faixa “Get Real” de David Bowie com sons de animais, destacando o papel de elementos selvagens na música.
O projeto, chamado Sounds Right, foi criado pelo Museu das Nações Unidas – UN Live, com a meta de arrecadar US$ 40 milhões nos primeiros quatro anos. Artistas podem baixar amostras de sons naturais e marcar a natureza em suas faixas, destinando parte dos royalties para iniciativas de conservação. A página da natureza no Spotify incluirá gravações ambientais, e pelo menos 70% dos lucros dessas faixas financiarão programas de conservação.
Brian Eno e a estrela do alt-pop Aurora acreditam que a música pode influenciar positivamente o planeta sem pregar sobre mudanças climáticas. Eno afirma que ouvir uma bela música pode inspirar a visão de um mundo melhor, enquanto Aurora destaca que a arte pode fazer as pessoas entenderem a profunda conexão espiritual com a natureza. Eles compartilham a visão de que a música pode engajar as pessoas e aumentar a conscientização ambiental.
