A Conferência do Clima da ONU (COP29) no Azerbaijão trouxe o financiamento climático ao centro das discussões, destacando a necessidade de ampliar recursos para adaptação e mitigação da emergência climática. Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil, comentou que o setor privado está diretamente envolvido, tanto como fonte de recursos quanto como beneficiário. As perspectivas são otimistas, com aumento esperado no financiamento sustentável pelos próximos dois anos.
Segundo um estudo da Amcham, 86% das empresas brasileiras planejam adotar o financiamento sustentável até 2026, representando um aumento de 190% em investimentos verdes. Contudo, 57,9% ainda não utilizam linhas de financiamento voltadas à sustentabilidade, especialmente grandes empresas. Segundo Abrão Neto, apesar da intenção de investir mais em ESG, o cenário na COP29 ainda enfrenta grandes desafios.
O setor industrial lidera o uso de linhas de financiamento, seguido pelo agronegócio e serviços. As áreas mais buscadas para financiamento de projetos verdes são energia, indústria, tratamento de resíduos e agricultura. Fabrizio Panzini, da Amcham, afirmou que a facilidade de mensurar os impactos de eficiência energética torna o setor de energia mais atraente para financiadores.
As empresas ainda dependem de recursos próprios ou financiamentos privados, com poucos utilizando bancos públicos. A Amcham estima que o investimento necessário para a sustentabilidade até 2030 é de 2,4 trilhões de dólares anuais, mas obstáculos como burocracia, dificuldade de garantias e altos custos ainda limitam o avanço.
O estudo será apresentado em um evento da Amcham, reunindo líderes empresariais para discutir os desafios da COP29, incluindo a adaptação climática e o financiamento da sustentabilidade. O encontro visa alinhar estratégias entre o setor privado e autoridades públicas para destravar esses recursos.