A mais recente Perspectiva de Transição Energética da DNV (empresa da Noruega de gestão de riscos e garantia de qualidade que atua globalmente em diversos setores, incluindo energia, marítimo, petróleo e gás, saúde e tecnologia da informação) aponta que 2024 será um marco, com as emissões globais atingindo o pico e começando a cair pela primeira vez na história moderna. Este avanço representa o verdadeiro início da transição energética global, impulsionado pelo crescimento de fontes renováveis e pela adoção de tecnologias limpas, como veículos elétricos.
O relatório, baseado em contribuições de mais de 100 especialistas, destaca que a queda nas emissões será impulsionada por fontes renováveis, como a energia solar, que apresentou um aumento de 80% nas novas instalações em 2023. A queda nos preços das baterias também tem contribuído para tornar a energia solar mais acessível e eficiente.
A adoção de veículos elétricos é outro ponto positivo. As vendas aumentaram 50% no último ano, com a DNV projetando que metade das vendas de veículos de passageiros será elétrica até 2031. Este crescimento já está reduzindo a demanda por petróleo em países como a China, onde as vendas de veículos elétricos atingiram recordes.
Apesar dos avanços, o relatório alerta que o ritmo atual da transição energética não é suficiente para atingir as metas climáticas do Acordo de Paris. A DNV prevê que, se a trajetória atual continuar, o planeta aquecerá 2,2°C até o fim do século, muito acima da meta de 1,5°C.
A transição enfrenta desafios em setores de difícil descarbonização, como a captura e armazenamento de carbono e a produção de hidrogênio. A DNV ajustou suas projeções para o hidrogênio, que deve representar apenas 4% da demanda final de energia em 2050, refletindo a dificuldade de crescimento dessas tecnologias.