Os donos da grana do Vale do Silício estão investindo em tecnologias de Gestão de Radiação Solar (SRM) para combater as mudanças climáticas ao resfriar o planeta. Entre essas soluções, destaca-se a injeção de aerossóis estratosféricos, que consiste em liberar dióxido de enxofre na atmosfera para refletir a luz solar de volta ao espaço. Embora a ideia seja promissora em teoria, ela suscita uma série de preocupações científicas e éticas devido aos seus possíveis efeitos colaterais no equilíbrio climático global.
Uma das principais críticas dos especialistas é que tecnologias como a SRM não combatem as causas estruturais das mudanças climáticas, como a emissão de gases de efeito estufa. Elas são vistas como uma solução paliativa que pode desviar a atenção da necessidade de reduzir emissões e adotar fontes de energia limpa. Os efeitos colaterais potenciais poderiam gerar crises globais em larga escala, principalmente em regiões já vulneráveis.
Outro ponto de preocupação é a governança desses projetos. A implementação de tecnologias de geoengenharia em larga escala levanta questões sobre quem deve tomar decisões sobre sua aplicação e como os interesses políticos e econômicos poderiam interferir. Alguns cientistas alertam para o risco de que países mais ricos utilizem essas tecnologias sem considerar os impactos globais.
Bill Gates foi um dos pioneiros no financiamento de estudos sobre SRM, investindo em pesquisas há mais de uma década. Mais recentemente, Sam Altman, CEO da OpenAI, também declarou apoio ao desenvolvimento dessas tecnologias. Esses bilionários argumentam que, diante da crescente urgência climática, explorar alternativas como SRM é essencial para evitar catástrofes. No entanto, críticos afirmam que a concentração de poder e recursos nas mãos de poucos indivíduos ou empresas é problemática e exige maior regulação governamental.
