Pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia, desenvolveram uma nova técnica para reciclar todas as partes de uma célula solar de perovskita sem o uso de solventes prejudiciais ao meio ambiente. O processo utiliza água como solvente para desmantelar as células solares degradadas, permitindo que as perovskitas de alta qualidade sejam recicladas e reutilizadas, mantendo a eficiência das células originais. A inovação é uma resposta à crescente preocupação com o descarte de painéis solares, especialmente os de silício.
O aumento do consumo de eletricidade devido à evolução da inteligência artificial e à transição para transportes eletrificados exige que fontes de energia sustentável, como a solar, se integrem de maneira eficaz. As células solares de perovskita são consideradas promissoras para essa transição, pois são leves, flexíveis, transparentes e capazes de converter até 25% da energia solar em eletricidade, comparável às células solares de silício.
Entretanto, as células solares de perovskita ainda enfrentam o desafio de uma vida útil mais curta do que as de silício, o que exige uma solução eficaz para seu descarte e reciclagem. Além disso, elas contêm uma pequena quantidade de chumbo, necessário para sua alta eficiência, mas que também apresenta desafios ambientais.
A nova tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores elimina o uso de solventes tóxicos, como a dimetilformamida, tradicionalmente utilizados na desmontagem das células solares de perovskita. O uso de água como solvente oferece uma alternativa mais segura, permitindo o reaproveitamento de todas as partes das células, como os vidros de cobertura, os eletrodos e as camadas de perovskita. Esse avanço visa garantir que as células solares de perovskita possam ser recicladas em grande escala sem comprometer a eficiência.
