Cientistas da Universidade Estadual de Montana, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo material de construção que combina micélio de fungo com células bacterianas vivas. O estudo destaca que o material é fabricado em baixas temperaturas e tem a capacidade de se autorreparar, oferecendo uma alternativa mais sustentável a materiais como o concreto, um dos maiores emissores de carbono na construção civil.

Ao contrário de outros biomateriais semelhantes que duram apenas alguns dias ou semanas, o novo composto permanece viável por pelo menos um mês. Essa durabilidade estendida abre caminho para que as células desempenhem funções adicionais, como a autorreparação ou a descontaminação ambiental, embora essas propriedades ainda não tenham sido testadas diretamente na pesquisa.
A equipe utilizou o fungo Neurospora crassa para criar uma estrutura interna complexa no material. O micélio serviu como uma espécie de andaime biológico, controlando a arquitetura interna com precisão — inclusive simulando padrões encontrados em ossos humanos. Essa abordagem permite o desenvolvimento de materiais com formas complexas e personalizáveis, adequadas a diversas aplicações.

Apesar de o novo material ainda não atingir a resistência do concreto em todas as situações, os pesquisadores estão otimizando suas propriedades. A meta é aumentar o tempo de vida das células e tornar o processo de fabricação viável em escala industrial, permitindo que o material seja utilizado em construções de maneira mais ampla.
A proposta se encaixa em um esforço maior para reduzir a pegada de carbono da indústria da construção, responsável por grande parte das emissões globais de CO₂. Com mais pesquisas e avanços técnicos, esse tipo de biomaterial pode ajudar a transformar a maneira como construímos cidades, tornando o setor mais ecológico e eficiente.