O mercado de ações sofreu uma queda brusca, com o índice Dow Jones despencando 700 pontos. Analistas atribuem essa reação ao medo dos investidores diante da possibilidade de tarifas ainda mais altas e seus impactos na economia. A preocupação é que essas medidas protecionistas, ao invés de ajudar, causem ineficiências no mercado e freiem o crescimento econômico.

As novas tarifas propostas por Donald Trump têm preocupado setores estratégicos, como a indústria solar dos Estados Unidos. Apesar da queda global no preço de painéis solares, eles ainda são mais caros no país devido a tarifas já existentes. A imposição de novas taxas pode agravar esse problema, especialmente num momento em que há uma corrida por energias limpas para suprir a demanda de data centers e tecnologias baseadas em inteligência artificial.
Mike Hall, CEO da Anza Renewables, argumenta que os Estados Unidos sofrerão diretamente com esses encargos extras. Ele destaca que, à medida que o país avança na transição energética — com mais carros elétricos, eletrificação da economia e expansão de data centers —, o impacto das tarifas será ainda mais doloroso.

Durante uma reunião online, Hall explicou como funcionam as tarifas e os processos de investigação comercial. O presidente dos EUA pode impor tarifas sob certas condições emergenciais, mas também é possível que empresas solicitem investigações ao Departamento de Comércio por práticas desleais. No caso do setor solar, esse departamento já aplicou tarifas em todos os casos analisados até agora, o que reforça o peso regulatório sobre essa indústria.
O que Trump fará a seguir ainda é incerto. Sua postura volátil indica que pode mudar de opinião a qualquer momento. No entanto, sua administração já apontou a União Europeia como o próximo alvo em 2 de abril, além de mirar também em México, Japão, Coreia do Sul, Canadá, Índia e China.