Entre 2030 e 2040, espera-se o lançamento de milhares de satélites em órbita terrestre baixa, com funções essenciais para a sociedade, como conectividade, navegação, apoio militar e monitoramento ambiental. No entanto, o crescimento acelerado desses lançamentos não tem sido acompanhado por ações eficazes para controlar os detritos espaciais, o que pode tornar regiões orbitais inutilizáveis, segundo relatório da Agência Espacial Europeia (ESA).

Para evitar esse cenário, a ESA propõe a criação de uma economia circular no espaço até 2050, que priorize sustentabilidade a longo prazo. Isso inclui montar e manter satélites diretamente em órbita, por meio de tecnologias conhecidas como ISAM (Serviços, Montagem e Fabricação em Órbita), que também abrangem reciclagem e atualização de satélites já existentes. A ideia é reduzir o número de lançamentos e evitar desperdícios.
Projetos como o IRUS (Serviço de Reforma e Atualização em Órbita), desenvolvido por um consórcio liderado pela Astroscale UK com participação da BAE Systems, exemplificam essa abordagem. A proposta inclui um satélite cliente com módulos que podem ser atualizados em órbita por outro satélite servicer, o que representa uma grande inovação no prolongamento da vida útil de equipamentos espaciais.

A iniciativa recebeu destaque da ESA e venceu uma seleção para passar por uma sessão no seu centro avançado de design colaborativo. Especialistas trabalharam em conjunto para refinar o conceito do satélite e da missão. Nos próximos meses, o consórcio pretende avançar ainda mais e apresentar o projeto na reunião ministerial da ESA em novembro de 2025. Esse tipo de tecnologia é fundamental não só para a sustentabilidade da órbita terrestre, mas também para futuros projetos de presença humana na Lua e em outros corpos celestes.