Com suas populações costeiras densas e fortes vínculos culturais com sistemas alimentares aquáticos, essa região tem um papel estratégico para liderar a transição global para sistemas alimentares sustentáveis, os chamados “alimentos azuis”. Diante dos desafios crescentes da produção alimentar terrestre, como a degradação do solo e a escassez de água, os alimentos azuis representam uma oportunidade valiosa para diversificar a oferta e promover a adaptação climática na região.

A produção aquícola por lá é a maior do mundo, com destaque para a China, que responde por cerca de 35,5% da produção global. Porém, muitos ecossistemas marinhos, especialmente no Mar da China Oriental e no Mar Amarelo, estão sobreexplorados, e a região enfrenta problemas ambientais como a poluição e a degradação costeira. A transição para modelos de produção mais sustentáveis e eficientes, como a aquicultura multitrófica integrada (IMTA), é fundamental para reduzir impactos e preservar os recursos.
Países como China, Japão, Coreia do Sul e Taiwan já adotam práticas de aquicultura sustentável, investindo em cultivos de bivalves, algas e sistemas integrados que ajudam a purificar a água, sequestrar carbono e fortalecer a biodiversidade marinha. A fragmentação das políticas e a aplicação desigual das regulamentações ainda são desafios para a governança eficaz dos sistemas alimentares azuis na região.

Para garantir a sustentabilidade e ampliar os benefícios dos alimentos azuis, é essencial que os países daquela parte do mundo adotem políticas integradas, incentivos fiscais, parcerias público-privadas e ampliem os esquemas de certificação ambiental. A cooperação regional na gestão de pescarias transfronteiriças também é crucial para preservar ecossistemas sensíveis como o Mar do Sul da China, alinhando-se às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).