Há 10 anos foi inaugurado em Milão o primeiro bosque vertical do mundo, o Bosco Verticale, criado pelo arquiteto italiano Stefano Boeri. Inspirado por cidades dominadas por arranha-céus frios e artificiais, Boeri propôs torres biológicas cobertas por plantas que não só embelezam, mas também refrescam o ambiente, melhorando a qualidade do ar e promovendo a integração da natureza nas cidades. Esse projeto pioneiro se tornou um símbolo de sensibilidade ambiental e inovação arquitetônica.

Desde então, o conceito do bosque vertical se espalhou globalmente, com construções semelhantes surgindo em cidades como Dubai, Denver, Antuérpia, e até mesmo na África, com um bosque previsto para o Cairo. A iniciativa se expandiu para habitações sociais acessíveis, como o Trudo Vertical Forest na Holanda, e projetos que promovem a conexão dos moradores com a natureza, como os Jardins Secretos em Montpellier, França. A arquitetura biophilic (que conecta humanos à natureza) tem se mostrado não apenas estética, mas uma filosofia de vida e sustentabilidade urbana.
Além da estética, esses edifícios influenciam diretamente o bem-estar de seus moradores. Pesquisas indicam que a presença de plantas no ambiente melhora a satisfação e reduz problemas de saúde mental como ansiedade e depressão, especialmente em áreas menos favorecidas.

A incorporação de vegetação também desempenha um papel fundamental no combate às mudanças climáticas. Edifícios como o Tao Zhu Yin Yuan em Taiwan absorvem grandes quantidades de CO2, reduzem a necessidade de ar condicionado e promovem a ventilação natural inspirada em sistemas biológicos. As florestas verticais minimizam a impermeabilização do solo, ajudam no controle de enchentes e representam um novo paradigma onde a cidade é parte da solução ambiental.