Pesquisas recentes mostram que a ecoansiedade, sentimento de angústia diante das consequências das mudanças climáticas, está se tornando uma preocupação crescente no campo da saúde mental. Uma nova meta-análise publicada no Journal of Global Environmental Change reuniu dados de 94 estudos realizados em 27 países, envolvendo mais de 170 mil pessoas. O resultado indica que jovens e mulheres são os grupos mais afetados por esse tipo de ansiedade.

O fenômeno tem se refletido em decisões importantes, como o adiamento da maternidade ou a mudança de país. Um exemplo recente é o de milhares de cidadãos de Tuvalu, nação-ilha do Pacífico em risco de desaparecer devido à elevação do nível do mar, que solicitaram vistos climáticos para viver na Austrália.
Na Alemanha, uma pesquisa com estudantes mostrou que 40% relataram níveis elevados de ansiedade climática. Nos Estados Unidos, levantamento da Universidade de Yale revelou que 64% da população se diz preocupada com o tema.
Especialistas alertam que a ecoansiedade pode afetar a qualidade do sono, provocar sintomas físicos como fadiga e dores de cabeça, e até influenciar decisões de carreira e estilo de vida, com jovens optando por profissões ligadas à sustentabilidade.
Diante desse cenário, especialistas defendem que os impactos psicológicos da crise climática sejam incorporados às políticas públicas de adaptação. A Associação Americana de Psicologia recomenda que profissionais de saúde mental estejam preparados para acolher pacientes com essas angústias, já que, segundo um levantamento, 72% dos psicoterapeutas alemães já atenderam pessoas com esse tipo de queixa.

A ecoansiedade deixa claro que a crise climática vai além das questões ambientais ou econômicas. Ela atinge também o equilíbrio emocional da população, exigindo uma abordagem ampla que inclua suporte psicológico como parte das estratégias de enfrentamento.