Esta ilha, localizada no extremo sul do estado de São Paulo, pertence ao município de Cananéia e é integralmente protegida pelo Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC), criado em 3 de julho de 1962, e que cobre cerca de 13 500 hectares da Mata Atlântica costeria. Inserida no complexo estuarino-lagunar de Iguape‑Cananéia‑Paranaguá, reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO, a ilha é um refúgio de biodiversidade, abrigando ecossistemas como manguezais, restingas e florestas tropicais que sustentam espécies ameaçadas como o boto‑cinza, o papagaio‑de‑cara‑roxa e o jacaré‑do‑papo‑amarelo.


O PEIC se destaca como um ator institucional que contribui diretamente para o cumprimento de diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotados pela ONU em 2015. Um estudo recente identificou que o parque cumpre 40,6 % das 175 metas nacionais relacionadas aos ODS, abrangendo integradamente as dimensões ambiental, social e econômica. Nota-se que as comunidades tradicionais (caiçaras e indígenas) estão diretamente vinculadas a 38,6 % dessas metas, demonstrando sua centralidade no modelo de gestão sustentável do parque.
Uma das principais ações promovidas pelo parque é o ecoturismo de base comunitária, que integra visitantes às tradições locais, sem comprometer a integridade ambiental. Trilhas ecológicas bem demarcadas, observação de aves e contato com a cultura caiçara ocorrem em harmonia com a proteção dos ecossistemas.


O PEIC investe ainda em educação ambiental e participação comunitária, promovendo o gerenciamento participativo da visitação em áreas como a Praia do Itacuruçá/Pereirinha. Isso envolve monitoramento da capacidade de carga turística, planos de manejo e debates com os moradores, assegurando que o uso público não ultrapasse os limites ecológicos e culturais da ilha.