Um estudo publicado na “Transportation Research Part D” desvenda a complexa relação entre a forma urbana e o comportamento de mobilidade, fornecendo insights valiosos para a construção de cidades mais sustentáveis.
O levantamento, liderado pelo Dr. Peter Berrill, analisou dados de Berlim e outras 18 cidades europeias, revelando que a proximidade residencial do centro da cidade está diretamente relacionada à diminuição da posse de automóveis, da distância percorrida em viagens e da preferência pelo carro em detrimento de outros meios de transporte.
A pesquisa também identificou que fatores como renda familiar, tamanho da família, idade e gênero influenciam as escolhas de mobilidade. Viagens com crianças, por exemplo, são mais propensas a serem feitas de carro, evidenciando a necessidade de políticas direcionadas a grupos específicos.
O estudo também observou diferenças significativas nos padrões de transporte por região. Cidades alemãs, por exemplo, apresentam maior uso de bicicletas do que cidades francesas, enquanto cidades maiores geralmente têm menor posse e uso de carros.
Ao compreender o papel crucial da forma urbana na mobilidade, as cidades podem implementar intervenções direcionadas à promoção de alternativas mais sustentáveis. Políticas que incentivam o desenvolvimento residencial próximo ao centro, investimentos em transporte público e infraestrutura para viagens ativas são medidas eficazes para reduzir a dependência de carros e seus impactos ambientais.
Ao adotar práticas de planejamento urbano baseadas em dados e evidências, como as reveladas nesse estudo, as cidades podem dar passos significativos em direção à sustentabilidade, à saúde pública e à qualidade de vida de seus residentes.