Um estudo recente realizado pela Embrapa trouxe à luz resultados promissores sobre a sustentabilidade da cafeicultura nas Matas de Rondônia. Utilizando tecnologia de geotecnologia e imagens de satélite, a pesquisa revelou um cenário de desmatamento mínimo, com menos de 1% da área ocupada pela cafeicultura registrando retiradas de áreas florestais entre 2020 e 2023.
Conduzido pelo pesquisador Carlos Ronquim, da Embrapa Territorial, o estudo mapeou as plantações de café e as áreas florestais da região em um Sistema de Informações Geográficas (SIG), cruzando dados de fontes oficiais e imagens de satélite de alta resolução espacial. As Matas de Rondônia, responsáveis por mais da metade da produção de café do estado, têm buscado expandir mercado para seu café especial, conhecido como “robusta amazônico”, o primeiro a receber selo de Indicação Geográfica de cafés canéforas sustentáveis no mundo.
Além do mercado brasileiro, o robusta amazônico é comercializado com países da América do Sul, Ásia e Europa, segundo a Cafeicultores Associados da Região das Matas de Rondônia (Caferon). No entanto, as negociações comerciais enfrentam pressões para comprovar a sustentabilidade do processo.
O estudo não apenas identificou áreas para o crescimento da cafeicultura, mas também destacou a contribuição das reservas indígenas, que preservam grandes blocos de florestas nativas primárias, totalizando 1,2 milhão de hectares. No total, as áreas de vegetação nativa representam 56% de todo o território das Matas de Rondônia, segundo a Embrapa.
O estudo faz parte do projeto CarbCafé Rondônia, liderado pela Embrapa Territorial em parceria com outras instituições. Os resultados serão apresentados durante as comemorações do 51º aniversário da Embrapa, em 25 de abril, juntamente com degustações do café das Matas de Rondônia.