Em um novo estudo, pesquisadores da Universidade de East Anglia (UEA), do Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos da Universidade da Tasmânia, do Centre National de la Recherche Scientifique e do Instituto para o Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais analisaram a eficácia climática de quatro técnicas “baseadas na natureza” usando processos biológicos marinhos.
As técnicas revisadas incluem cultivo de moluscos, aquicultura de algas, carbono azul costeiro (restauração de ervas marinhas, pântanos salgados e florestas de mangue) e aumento das populações de baleias por meio da “re-selvagem”.
Publicado na revista Environmental Research Letters, o estudo conclui que, apesar dos grandes benefícios não climáticos dessas atividades, elas não contribuem significativamente para a remoção de CO2 e podem ser “becos sem saída” em termos de mitigação climática efetiva.
Para limitar o aquecimento global a menos de 2°C, é necessário reduzir as emissões e remover CO2 da atmosfera. Diversas abordagens foram propostas para atingir a remoção de bilhões de toneladas de CO2 por ano dentro dos próximos 30-50 anos. No entanto, os pesquisadores destacam que novas metodologias estão sendo propostas regularmente sem verificações adequadas. Isso é especialmente verdadeiro para as abordagens baseadas no oceano, que têm ganhado mais atenção devido às limitações dos métodos terrestres.
Os autores observam que as abordagens oceânicas estão sendo promovidas não apenas por cientistas, mas também pelo setor privado, sem a devida consideração da ciência fundamental. Segundo o coautor Dr. Phil Williamson, da UEA, “os defensores desses métodos têm uma compreensão incompleta ou incorreta de como o ciclo do carbono oceânico funciona e da enorme ampliação necessária para fornecer benefícios climáticos significativos.”
