A sustentabilidade está emergindo como uma pauta crucial nas eleições municipais deste ano, especialmente após os recentes desastres climáticos e de gestão em estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia. Para a especialista Leide Laje, mestre em sustentabilidade pela USP, a presença do compromisso ambiental nas campanhas eleitorais é essencial, não se limitando apenas ao discurso, mas refletindo ações concretas.
Estudos mostram que a propaganda eleitoral gera uma quantidade significativa de resíduos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelou que o material impresso das eleições de 2012 poderia ter sido usado para criar 40 milhões de livros escolares. Em Salvador, após as eleições de 2016, mais de 100 toneladas de resíduos foram removidas das ruas, majoritariamente compostos por santinhos e panfletos. Laje argumenta que ações interdisciplinares podem mitigar esses danos, promovendo a economia verde e a geração de emprego.
Leide Laje sugere a inclusão de cooperativas de catadores para a destinação adequada dos resíduos e o uso de materiais recicláveis e biodegradáveis, contribuindo para a economia circular e a redução do impacto ambiental. Esse conceito de “eleições verdes” é adotado em países como Alemanha, Canadá e Austrália, e poderia ser uma solução viável para as campanhas eleitorais no Brasil, que ainda carecem de regulamentações específicas sobre limites de impressão de materiais.
Apesar dos esforços dos Tribunais Regionais Eleitorais para promover eleições mais sustentáveis, a legislação brasileira ainda não impõe restrições suficientes à impressão de santinhos. A proposta da senadora Lídice da Mata em 2018 para obrigar o recolhimento do material de campanha foi arquivada em 2022. Em resposta a essa lacuna, a empresa Laje Sustentável oferecerá consultoria para campanhas eleitorais de 2024, aplicando sua experiência em eventos sustentáveis.