A situação dos estoques pesqueiros nos oceanos é mais grave do que se pensava, de acordo com um novo estudo de instituições de pesquisa australianas. Enquanto a sobrepesca foi atribuída a políticas pesqueiras que estabeleciam limites de captura superiores às recomendações científicas, a pesquisa revela que essas recomendações científicas eram frequentemente excessivamente otimistas. Como resultado, muitos mais estoques pesqueiros estão sobreexplorados ou colapsaram do que se acreditava anteriormente. Especialistas pedem modelos de avaliação mais simples e conservadores para melhorar a precisão das avaliações de estoques.
Em muitas partes do mundo, estoques pesqueiros estão ameaçados ou já colapsaram devido à sobrepesca. Políticas que ignoram os limites científicos recomendados para proteger esses estoques têm contribuído para a crise. Na União Europeia, por exemplo, as cotas estabelecidas com base em conselhos científicos muitas vezes foram excessivas. Estudos mostram que esses limites recomendados já eram muito altos desde o início.
A revista Science publicou um artigo que analisa a pesquisa e pediu a interpretação dos especialistas Dr. Froese e Dr. Pauly. Eles argumentam que modelos mais simples e baseados em princípios ecológicos são necessários para avaliar estoques pesqueiros com mais precisão. Além disso, eles defendem uma abordagem mais conservadora quando surgem incertezas, para garantir a proteção adequada dos estoques.
O estudo revela que avaliações anteriores superestimaram a abundância de peixes e a recuperação dos estoques, levando a classificações incorretas e agravamento da sobrepesca. Recomenda-se revisar os modelos de avaliação, adotar estimativas conservadoras e princípios ecológicos, e limitar a captura à biomassa que se regenera, protegendo cadeias alimentares essenciais para garantir a sustentabilidade a longo prazo.
