O avanço contínuo das empresas de tecnologia em inteligência artificial está revelando um custo ambiental oculto. Grandes corporações como Amazon, Microsoft e Meta estão mascarando suas verdadeiras pegadas de carbono. De acordo com uma análise da Bloomberg, reproduzida pelo Estadão, essas empresas utilizam a compra de créditos de energia renovável para reduzir artificialmente suas emissões de gases de efeito estufa, criando uma falsa impressão de redução de carbono.
Essa prática não é exclusiva das big techs; é semelhante à utilizada por outras empresas com alta emissão de carbono, como a Petrobras. As companhias adquirem certificados de energia renovável (RECs) que fazem parecer que a eletricidade consumida de fontes poluentes, como carvão e gás, provém de fontes renováveis, como a solar. Amazon, Microsoft e Meta utilizam milhões de RECs anualmente para alegar reduções de emissões em seus relatórios ao CDP, uma organização que gerencia um sistema global de relatórios ambientais.
Apesar dessas alegações, as emissões dessas empresas estão aumentando. A Microsoft, por exemplo, relatou que suas emissões são 30% maiores hoje em comparação a 2020, quando estabeleceu a meta de se tornar carbono negativo. Isso sugere uma possível tentativa das big techs de mudar as regras sobre o que constitui neutralidade de carbono, conforme reportado pelo Financial Times.
A Microsoft e outros líderes de IA alegam que o aumento das emissões se deve aos materiais intensivos em carbono usados na construção de data centers e não ao consumo de eletricidade. Eles afirmam que a energia utilizada vem predominantemente de fontes renováveis, como solar e eólica. No entanto, segundo Michael Gillenwater, do Greenhouse Gas Management Institute, essa afirmação não corresponde à realidade física.