O Dia Nacional da Sustentabilidade, celebrado em 25 de setembro, marcou o lançamento do projeto “ValorCannBio”, que busca valorizar subprodutos da cannabis medicinal para o desenvolvimento de um biopesticida destinado ao olival. O projeto é liderado pelo InnovPlantProtect (InPP) em colaboração com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCT), além de parcerias com as empresas GreenBePharma e AGR Global. O “ValorCannBio” foi reconhecido como um dos vencedores do Programa Promove da Fundação ”la Caixa”.
O principal objetivo do projeto é aproveitar os resíduos gerados na produção de cannabis medicinal para criar um biopesticida sustentável. Este produto se concentrará no controle de doenças significativas que afetam a olivicultura, como a Gafa e a Tuberculose. Essas enfermidades são particularmente relevantes para a agricultura no Alentejo, uma região onde a produção de azeite é vital economicamente e socialmente. A Gafa pode provocar perdas totais na produção, ameaçando a qualidade do azeite e variedades tradicionais, como a galega. Já a Tuberculose afeta a maioria dos olivais, comprometendo a qualidade do produto.
O biopesticida será desenvolvido a partir das folhas de cannabis, que atualmente são descartadas. A iniciativa não apenas visa atender às demandas dos olivicultores, mas também pretende estabelecer uma nova cadeia de valor para a indústria de cannabis medicinal em Portugal. Além disso, o projeto busca substituir pesticidas químicos que estão sendo retirados do mercado devido aos seus impactos negativos no meio ambiente, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis.
O “ValorCannBio” integra conceitos de agricultura sustentável e química verde, com o intuito de oferecer soluções inovadoras e ecologicamente corretas. O projeto se alinha às metas de redução do uso de pesticidas até 2050.