Engenheiros da Universidade RMIT, na Austrália, criaram um revestimento protetor inovador para tubulações de concreto, capaz de reduzir significativamente a formação de “fatbergs” (blocos de gordura e outros materiais em encanamentos e redes de esgoto que causam entupimentos e problemas de saneamento básico). Esses blocos de gordura, óleo e graxa (chamados FOG) são responsáveis por metade dos bloqueios de esgoto nos Estados Unidos e 40% na Austrália, causando elevados custos anuais de manutenção.
Sua formação ocorre quando gordura, óleo e graxa reagem com cálcio e água nos esgotos. O novo revestimento de poliuretano com zinco reduz em até 80% a liberação de cálcio de blocos de concreto, um fator chave na formação desses bloqueios. O revestimento diminuiu o acúmulo em 30% quando comparado a concretos não revestidos.
O material, estável em água e resistente a temperaturas de até 850 °C, possui propriedades de auto-reparo, permitindo que se regenere após danos superficiais. Inspirado na capacidade regenerativa da pele humana, o revestimento é capaz de se curar a temperatura ambiente, prolongando sua vida útil e reduzindo a necessidade de manutenção.
O novo revestimento resolve uma limitação dos métodos tradicionais, como o uso de hidróxido de magnésio, que, apesar de eficaz no controle da corrosão, pode aumentar o acúmulo de FOG ao reagir com ácidos graxos. Esse avanço oferece uma solução mais sustentável e eficiente para mitigar os problemas das redes de esgoto urbanas.
A equipe liderada pelo Dr. Biplob Pramanik segue trabalhando em melhorias do revestimento para maximizar sua resistência mecânica e capacidades de auto-reparo. Paralelamente, colabora em um projeto para desenvolver interceptores avançados de graxa para estabelecimentos comerciais, em parceria com empresas e instituições do setor de saneamento.