A China consolidou sua posição como líder mundial em políticas climáticas ao expandir de forma acelerada seu Mercado Nacional de Carbono. O país, maior emissor global de gases de efeito estufa, busca cumprir suas metas de “Duplo Carbono”: atingir o pico de emissões antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. Para isso, criou um sistema robusto baseado em mecanismos de mercado — o Sistema de Comércio de Emissões (ETS) e o Mercado Voluntário de Reduções de Emissões — que estimula a transição industrial e energética para um modelo de baixo carbono.
O ETS chinês evoluiu rapidamente, abrangendo desde 2025 setores intensivos em emissões, como aço, cimento e fundição de alumínio. Essa ampliação incluiu mais de 1.300 novas empresas e regulou cerca de três bilhões de toneladas adicionais de CO₂, passando a cobrir mais de 60% das emissões nacionais. As novas regulamentações, em vigor desde maio de 2024, estabeleceram regras claras, penalidades para fraudes e uma base jurídica sólida, fortalecendo a credibilidade e a aplicabilidade do sistema.
O desempenho do mercado tem sido expressivo. Em 2024, o volume negociado chegou a 189 milhões de toneladas, movimentando 18,11 bilhões de yuans (cerca de US$2,5 bilhões). Os preços atingiram o recorde de 105,65 yuans por tonelada, sinalizando alta demanda e maior comprometimento das empresas. O Mercado Voluntário também se consolidou, com 2,7 milhões de toneladas de créditos de carbono negociadas até agosto de 2025, impulsionando projetos de energia limpa, captura de metano e reflorestamento, e garantindo novas fontes de receita.
A integridade dos dados tornou-se prioridade, com o uso intensivo de inteligência artificial e análise de big data para verificação em tempo real das emissões. Essas tecnologias reduziram a complexidade do monitoramento e aumentaram a transparência.
