Com o aumento da conscientização ambiental, a destinação correta dos resíduos torna-se crucial. Muitos materiais, mesmo não sendo descartados na natureza, acabam nos aterros sanitários, evidenciando a necessidade de uma abordagem mais sustentável.
Aterros sanitários, embora tenham controles ambientais adequados, deveriam receber apenas rejeitos, itens sem potencial de reciclagem. Essa prática evitaria o esgotamento desses espaços e contribuiria para a preservação do meio ambiente.
O cenário se torna ainda mais urgente, considerando a meta do novo Marco do Saneamento, que visa garantir, até 2033, que 90% dos brasileiros tenham acesso à coleta e tratamento de esgoto. Lívia Baldo, gerente da Tera Ambiental, destaca a importância do reaproveitamento dos resíduos gerados nesse contexto.
“Se não houver o reaproveitamento do resíduo gerado desse montante, os aterros sanitários ficarão demasiadamente sobrecarregados. Além disso, não podemos desperdiçar esse material rico em nutrientes para nossos solos”, alerta Baldo.
Ela ressalta que, acompanhando o aumento na coleta e tratamento de esgotos, a compostagem de resíduos orgânicos, especialmente do lodo de esgoto, pode trazer múltiplos benefícios. A prática promove o reaproveitamento de nutrientes, fortalece a agricultura, reduz a dependência de adubos importados, impulsiona a economia circular e gera empregos e renda para as cidades.
A implementação de práticas como a compostagem não apenas atende à urgência de reduzir a pressão sobre os aterros sanitários, mas também oferece soluções valiosas para questões ambientais mais amplas. Ao adotar a compostagem de resíduos orgânicos, estamos promovendo a transformação de materiais que poderiam se tornar poluentes.
Afinal, o lodo de esgoto, quando devidamente tratado, pode se tornar um recurso valioso, enriquecendo os solos e contribuindo para práticas agrícolas mais sustentáveis.