Mudanças na frequência de uma terapia popular contra o câncer podem reduzir emissões de gases de efeito estufa e melhorar o impacto ambiental sem prejudicar a sobrevivência dos pacientes. Esta é a conclusão de uma nova análise realizada por pesquisadores do Rogel Cancer Center da Universidade de Saúde do Michigan.
A pesquisa examinou 7.813 veteranos que receberam o tratamento de imunoterapia pembrolizumabe através da Veterans Health Administration. Este tratamento intravenoso é tradicionalmente administrado a cada três semanas com uma dose padrão de 200 miligramas. Os pesquisadores calcularam o impacto ambiental dos pacientes que recebem essa terapia, considerando as emissões de dióxido de carbono do transporte para a clínica, a fabricação do medicamento e os resíduos médicos gerados.
Os pesquisadores consideraram cenários alternativos, como a administração de 400 miligramas de pembrolizumabe a cada seis semanas, dose aprovada pela FDA, ou doses proporcionais ao peso dos pacientes, conforme a aprovação original da FDA. Dados indicam que essas abordagens têm resultados de tratamento equivalentes à dosagem padrão de três semanas e podem reduzir os encargos do tratamento do câncer.
Para a coorte estudada, estender os tratamentos para cada seis semanas em vez de três semanas teria evitado 15.000 infusões. Isso representa 15.000 viagens a menos à clínica e menos processos de preparação e infusão. No total, essa mudança reduziria as emissões de gases de efeito estufa na VHA em 200 toneladas por ano.
Os pesquisadores descobriram que o transporte dos pacientes para consultas foi o maior responsável pelas emissões de carbono. Portanto, tratamentos menos frequentes ajudariam o meio ambiente e melhorariam a qualidade de vida dos pacientes devido a menos viagens ao hospital.