Pesquisadores da Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, revelam que um tipo específico de micovírus, que infecta o oomiceto patogênico Globisporangium ultimum, pode aumentar a sensibilidade deste último a fungicidas. Publicado na revista Microbiological Research, o estudo sugere que esses vírus fúngicos poderiam revolucionar o controle de doenças nas plantações, reduzindo a necessidade de tratamentos químicos e minimizando perdas agrícolas.
Conhecidos como mofos aquáticos, os oomicetos são responsáveis por algumas das doenças mais devastadoras das plantas, ameaçando a segurança alimentar global. No entanto, quando infectados por micovírus específicos, esses patógenos podem perder sua virulência, tornando-se menos prejudiciais — um fenômeno denominado hipovirulência. Este potencial de biocontrole oferece uma nova perspectiva promissora para a agricultura sustentável.
O estudo, liderado pelo professor Tomofumi Mochizuki e sua equipe, focou no Globisporangium ultimum, um oomiceto do solo que causa tombamento e podridão radicular em diversas espécies de plantas. Ao comparar uma cepa isogênica livre de vírus com uma infectada, os pesquisadores descobriram que a cepa infectada mostrou maior sensibilidade ao fungicida metalaxil. Análises de expressão gênica revelaram que os genes responsáveis pela resistência aos fungicidas, como os transportadores do tipo ABC, estavam menos expressos na cepa infectada.
Esses resultados ampliam o entendimento sobre o papel dos micovírus na ecologia dos oomicetos e destacam sua potencial utilidade como ferramenta de controle biológico. Os pesquisadores planejam agora explorar mais a fundo como esses vírus podem ser aplicados em diferentes condições e espécies, abrindo caminho para inovações significativas na proteção das plantações.
