Na luta para proteger a biodiversidade e limitar as mudanças climáticas, o mundo colherá o que plantar, segundo pesquisadores da Universidade de Surrey, na Inglaterra. Com a crescente necessidade de transição dos combustíveis fósseis para fontes de energia mais sustentáveis, as culturas energéticas, como o bioetanol, ganharão destaque. No entanto, um novo estudo revela que o local onde essas culturas são plantadas pode ter um impacto significativo na biodiversidade.
Uma análise detalhada conduzida pelos pesquisadores mostrou que plantar culturas energéticas em terras agrícolas existentes, em lugares como China e Europa Central, pode minimizar os danos à biodiversidade. Ao fazer isso, outras áreas agrícolas podem ser restauradas para habitats naturais, maximizando os benefícios ecológicos. Essa abordagem estratégica poderia oferecer um equilíbrio crucial entre a produção de energia e a conservação da biodiversidade.
Sophie Tudge, pesquisadora do Centro de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Surrey, destacou a importância de restaurar terras agrícolas para a natureza, sempre que possível. Segundo Tudge, no entanto, é inevitável que mais combustíveis venham de culturas energéticas no futuro. “É muito melhor plantá-las em fazendas existentes do que destruir os habitats naturais remanescentes”, afirmou. O local de plantio faz uma enorme diferença para a prosperidade das espécies.
A restauração de terras agrícolas para habitats naturais cria novos refúgios para diversas espécies. Utilizar essas terras para plantar culturas energéticas, em vez disso, pode ser uma oportunidade perdida para melhorar a biodiversidade. Dado que essas culturas precisam ser plantadas em algum lugar, os pesquisadores calcularam quais locais teriam o menor impacto líquido na biodiversidade, considerando também o rendimento das colheitas.