Para proteger a Amazônia e garantir o bem-estar de suas populações, a economia da região precisa mudar de um modelo de produção ambientalmente prejudicial para um baseado na diversidade das comunidades indígenas e rurais e nas florestas intactas. Um grupo de conservacionistas da Bolívia, Brasil, Peru, Equador, EUA e Reino Unido defende que os esforços atuais de conservação e desenvolvimento não serão sustentáveis sem mudanças sistêmicas no design das economias.
Apesar de décadas de destruição da Amazônia em nome do desenvolvimento econômico, as comunidades da região não experimentaram melhorias significativas em renda, expectativa de vida e educação. Os pesquisadores sugerem um novo modelo econômico e mudanças políticas que poderiam criar futuros mais justos e sustentáveis para a Amazônia e seu povo, ao melhorar a infraestrutura, as cadeias de suprimento e as organizações sociais.
O modelo proposto, denominado socio-bioeconomias (SBEs), foca na utilização e restauração sustentável dos ecossistemas amazônicos e no apoio às comunidades indígenas e rurais. Exemplos incluem turismo ecológico e a colheita sustentável de produtos vegetais para alimentos, bebidas, roupas e medicamentos. O objetivo é substituir os modelos econômicos convencionais, que, segundo os pesquisadores, têm levado à exploração e ao subinvestimento em áreas críticas como educação e inovação.
Os pesquisadores pedem aumentos significativos em mobilização social, tecnologia e infraestrutura para apoiar as SBEs. Propostas incluem redirecionar subsídios governamentais de grandes empresas agrícolas para o desenvolvimento sustentável em menor escala e estabelecer programas de compras públicas que beneficiem diretamente as comunidades locais. Eles alertam que, sem vontade política, será difícil alcançar essas mudanças necessárias.