Autoridades em investimentos sustentáveis e energia limpa estão apreensivos sobre as possíveis mudanças que podem ocorrer sob um segundo mandato de Donald Trump, após sua reeleição. De acordo com previsões da BloombergNEF, a administração Trump pode afetar negativamente os mercados de energia renovável, transporte e finanças sustentáveis, além de impactar a regulamentação ambiental e social dos investidores. A expectativa é de que a desregulamentação aumente o risco climático global
Trump prometeu abandonar novamente o Acordo de Paris e reverter a legislação climática do governo Biden, incluindo o Ato de Redução da Inflação. Apesar disso, especialistas apontam que o setor privado continuará avançando em ações de sustentabilidade e energia limpa, mesmo que em um ritmo mais lento. Isso ocorre devido à pressão dos investidores por mais ações climáticas e às regulamentações já em vigor em estados como a Califórnia e na União Europeia.
A reeleição de Trump, embora vista como um obstáculo, não deve impedir a transição global para a descarbonização da economia, segundo Christiana Figueres, ex-negociadora-chefe do Acordo de Paris. Ela afirma que as mudanças para reduzir emissões e cumprir as metas climáticas continuam em andamento, impulsionadas pela demanda por sustentabilidade e pelo aumento de legislações que exigem relatórios de risco climático por empresas.
Com a mudança de governo, os especialistas alertam que políticas de incentivo à descarbonização provavelmente não serão ampliadas. A expectativa é de que os esforços de sustentabilidade no setor privado dos EUA acelerem, mas não tanto quanto poderiam com uma administração mais comprometida com a mitigação das mudanças climáticas. Líderes do setor, como Mindy Lubber da Ceres, acreditam que o setor privado continuará sendo crucial para alcançar as metas climáticas globais.