Cientistas de Cingapura, Reino Unido e China desenvolveram um novo material composto feito de óxido de grafeno e quitosana que consegue extrair ouro de resíduos eletrônicos com uma eficiência dez vezes maior do que métodos tradicionais, sem a necessidade de energia externa. Esse composto eco-friendly oferece uma alternativa promissora e sustentável aos métodos que dependem de processos intensivos em energia e produtos químicos tóxicos, como cianetos.
A eficiência do composto em extrair ouro de resíduos eletrônicos reduz tanto o desperdício enviado para aterros quanto a dependência de novos processos de mineração e refino de ouro, que causam danos ambientais. Métodos convencionais de gestão de resíduos eletrônicos, como a eletrólise, são dispendiosos e exigem alta demanda energética, o que torna essa nova tecnologia uma opção econômica e ambientalmente vantajosa.
Liderada por Kostya Novoselov e Daria Andreeva, a equipe escolheu grafeno e quitosana devido às suas propriedades únicas: o grafeno possui uma grande área de superfície para adsorção de íons, e a quitosana atua como um agente redutor natural, catalisando a conversão de íons de ouro em ouro sólido. A combinação desses materiais melhora a capacidade de adsorção e a eficiência de redução, criando um processo mais eficaz.
O processo é ultrarrápido, extraindo ouro em minutos, enquanto outros adsorventes de grafeno exigem dias. O composto extraiu 17 gramas de Au3+ por grama de material, superando em dez vezes a capacidade de adsorventes anteriores e alcançando eficiência de extração superior a 99,5%. Além de recuperar o ouro, a tecnologia funciona sem necessidade de energia adicional, dependendo das propriedades naturais de quimissorção das nanoestruturas. Além do ouro, a equipe planeja aplicar a técnica na recuperação de outros metais preciosos como prata, platina e paládio.