Uma start-up em Oban, na Escócia, chamada HUID, está desenvolvendo embalagens sustentáveis a partir de cascas de cebola. Fundada por Renuka Ramanujam, uma ex-estudante de têxteis, a empresa busca reduzir o desperdício e as emissões utilizando resíduos agrícolas. A empresa conta com o apoio do Instituto Nacional de Manufatura do país, que ajuda pequenas e médias empresas com acesso a equipamentos e conhecimento especializado.
A inovação se baseia nas propriedades antimicrobianas naturais das cascas de cebola, o que pode aumentar a vida útil de alimentos perecíveis. A empresa extrai celulose de alta qualidade das cascas e a combina com biopolímeros, criando uma embalagem com características semelhantes ao papelão e filme plástico. Esses biopolímeros são produzidos a partir de fontes naturais, como proteínas e carboidratos, tornando o material mais ecológico.
Renuka iniciou seus experimentos com cascas de cebola como corante para roupas e agora trabalha para transformar esse material numa alternativa ao plástico, que pode liberar substâncias químicas nos alimentos. O desperdício de cebolas é comum devido à presença desse alimento na culinária global, o que torna as cascas uma fonte abundante para soluções de embalagem.
Desde que a diretora científica Marie Rapin se juntou à equipe, a HUID avançou com o desenvolvimento de um filme flexível feito de cascas de cebola, que poderia substituir sacolas plásticas para alimentos como espinafre. A equipe também está desenvolvendo materiais semelhantes a caixas de ovos e espera lançar no próximo ano seu primeiro produto – papel feito inteiramente de cascas de cebola.
Renuka acredita que a produção de embalagens sustentáveis é essencial para o futuro, já que o plástico gera grandes quantidades de resíduos. Segundo ela, as árvores têm um papel fundamental no ecossistema, enquanto as cebolas, não.