Alugar roupas pode ser uma alternativa eficaz para reduzir o impacto ambiental da indústria da moda, mas os modelos de negócios enfrentam grandes desafios. Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Chalmers, na Suécia, mostrou que as melhores chances de sucesso estão nos nichos específicos, como roupas para esportes ou atividades ao ar livre, com colaboração próxima entre empresas de aluguel, fabricantes e fornecedores.
Os pesquisadores analisaram nove empresas suecas que tentaram implementar serviços de aluguel de roupas. Identificaram três principais modelos: o de associação, em que o cliente “empresta” roupas como em uma biblioteca; o de assinatura, baseado em mensalidades; e o de aluguel pontual, que oferece roupas específicas, como equipamentos para esqui. Apesar do interesse dos consumidores, muitos desses negócios enfrentaram dificuldades para alcançar lucratividade.
Os principais entraves observados foram os altos custos logísticos, como armazenamento, lavanderia e transporte, além da dificuldade em obter investimentos para manter as operações no início. Mesmo com demanda, o retorno financeiro era lento, exigindo tempo e visão de longo prazo. Ainda assim, iniciativas que atuavam em nichos bem definidos mostraram melhores resultados.
Outro ponto importante foi a criação de valor por meio de parcerias. Empresas que trabalhavam junto a estilistas e fornecedores sustentáveis obtinham feedback ágil sobre preferências dos clientes e sobre a durabilidade das peças, contribuindo para produtos mais adequados ao aluguel. Isso também ajudava a fortalecer a proposta de consumo consciente e circular. Reduzir a compra de roupas novas e prolongar o uso das já existentes pode trazer grandes ganhos ambientais, especialmente se feito sem gerar novas emissões por deslocamentos.
