Um grupo de pesquisadores propôs uma nova maneira de ajudar a China a cuidar melhor dos seus oceanos e ecossistemas marinhos. A ideia é usar um modelo já aplicado nas áreas terrestres do país, que envolve contabilidade ambiental para acompanhar o uso e a conservação da natureza. Com isso, seria possível criar regras e políticas mais eficientes para garantir que os mares sejam usados de forma sustentável.

Segundo Laurence J. McCook e seus colegas, os oceanos e áreas costeiras da China — como manguezais, recifes de coral e pradarias marinhas — oferecem uma série de benefícios naturais. Eles ajudam a regular o clima, armazenam carbono, protegem a costa contra tempestades e ainda têm valor cultural e recreativo. No entanto, esses serviços estão sendo prejudicados por ações humanas, como a poluição, o desmatamento marinho, a pesca predatória e as mudanças climáticas.
Apesar de o valor da natureza não poder ser medido apenas em dinheiro, os autores destacam que atribuir valores econômicos mínimos aos recursos marinhos pode ajudar a atrair investimentos e aumentar a proteção dessas áreas. Mostrar o quanto a natureza vale pode incentivar governos e empresas a cuidarem melhor dos ecossistemas.

O estudo também apresenta várias formas de avaliar o chamado “capital natural marinho”, ou seja, os benefícios que a natureza oferece. Os autores dizem que as políticas públicas na China já estão avançando nesse sentido, e que existe apoio no alto escalão do governo para colocar essas ideias em prática. Com planejamento e organização, dá para alinhar a economia com a conservação da natureza.
Por fim, os pesquisadores acreditam que esse modelo de contabilidade marinha ajudaria não só a melhorar a sustentabilidade ambiental e econômica do país, mas também garantiria mais segurança alimentar e o cumprimento de acordos internacionais.