Cientistas estão usando lasers espaciais e inteligência artificial (IA) para medir o carbono em florestas com mais rapidez e precisão, revolucionando o monitoramento climático global e a gestão florestal. Dados de satélites, originalmente usados por arqueólogos para localizar ruínas antigas, agora ajudam a medir quanto carbono as florestas armazenam e liberam, fundamental para pesquisas sobre as mudanças climáticas.

Hamdi Zurqani, pesquisador da Universidade do Arkansas, destaca que as florestas armazenam cerca de 80% do carbono terrestre e são essenciais para a regulação do clima. Tradicionalmente, medições de biomassa florestal são feitas por métodos presenciais, que são demorados e têm cobertura limitada, dificultando análises em larga escala.
O estudo recente de Zurqani, publicado em Ecological Informatics, integra dados abertos de satélites com algoritmos de IA no Google Earth Engine para mapear biomassa florestal de grandes áreas, incluindo regiões remotas. Ele utiliza dados do LiDAR GEDI, da NASA, que mede em 3D a estrutura das copas das árvores, combinados com imagens ópticas dos satélites Sentinel da ESA, aumentando a precisão das estimativas.
Quatro algoritmos de aprendizado de máquina foram testados, com o Gradient Tree Boosting se destacando por sua maior precisão e menor taxa de erro. A combinação de dados ópticos, índices de vegetação, características topográficas e medidas do LiDAR GEDI foi essencial para garantir resultados confiáveis, ressaltando a importância da integração de múltiplas fontes de dados.

Apesar dos avanços, Zurqani aponta desafios como interferências climáticas na captação de dados e falta de cobertura LiDAR em algumas regiões. Ele indica que pesquisas futuras podem explorar modelos de IA mais complexos para aprimorar ainda mais as previsões.