A nova decisão dos Estados Unidos de se retirarem da UNESCO até o final de 2026, pela segunda vez sob a administração Trump, reacende discussões sobre soberania nacional, cooperação global e proteção do patrimônio cultural e ambiental. A medida é criticada por seu impacto nos esforços internacionais de conservação e pela sinalização de um afastamento dos EUA das metas globais de desenvolvimento sustentável. A justificativa oficial aponta o apoio da UNESCO a pautas sociais e culturais consideradas “divisionistas” e a admissão da Palestina como membro em 2011, vista como evidência de viés anti-Israel.

A UNESCO tem papel essencial na promoção do desenvolvimento sustentável por meio da educação, ciência e cultura, sendo responsável pela proteção de sítios do Patrimônio Mundial e por projetos significativos como a reconstrução da cidade velha de Mosul, diretrizes para ética em inteligência artificial e apoio educacional em zonas de conflito como Ucrânia e Líbano.
Nos Estados Unidos, há 26 sítios reconhecidos como Patrimônio Mundial pela UNESCO, sendo 13 deles naturais, como o Grand Canyon, o Parque Nacional de Yellowstone e o Monumento Marinho Papahānaumokuākea. Esses locais enfrentam crescentes ameaças ambientais, como mineração, extração de petróleo e construção de gasodutos. Sem a supervisão multilateral da UNESCO, especialistas temem que esses patrimônios naturais percam visibilidade internacional e mecanismos de proteção.

Muitos críticos veem a decisão americana como impulsionada por interesses econômicos ligados à exploração de recursos naturais e não apenas por divergências ideológicas. Decisões recentes do governo federal, como autorizações para perfuração de petróleo no Refúgio de Vida Selvagem do Ártico e mineração de urânio perto do Grand Canyon, são exemplos do conflito entre desenvolvimento industrial e preservação ambiental.