Com a intensificação das atividades lunares prevista até 2030, com mais de 100 missões planejadas globalmente, surgem novos desafios relacionados à segurança e à coordenação entre os diversos operadores. A proximidade desconfortável entre orbitadores lunares já é uma realidade, o que eleva o risco de colisões e falhas. A ausência de informações confiáveis compartilhadas entre as partes envolvidas pode gerar interferências perigosas e até conflitos. Apesar do Tratado do Espaço Exterior de 1967 fornecer uma base legal, suas diretrizes precisam ser adaptadas para garantir operações seguras e sustentáveis no ambiente hostil da Lua.

A falta de padronização e centralização no compartilhamento de informações é um obstáculo significativo. Estados divulgam dados em momentos e formatos distintos, dispersando informações por canais ineficientes. Diante dessa realidade, iniciativas multilaterais como a COPUOS e acordos como os Artemis Accords passaram a discutir soluções para enfrentar esses desafios.
As recomendações da LPP destacam quatro propósitos principais: segurança, paz, sustentabilidade e capacitação. Compartilhar informações sobre a localização, natureza e duração das missões é essencial para evitar interferências. A transparência também ajuda a mitigar tensões geopolíticas e incentiva a confiança mútua, complementando tratados como a Convenção de Registro. A sustentabilidade é favorecida quando missões cooperam e compartilham dados técnicos e científicos, promovendo eficiência.

Hoje, a maior parte das informações espaciais é compartilhada por Estados via comunicados públicos, artigos científicos e documentos diplomáticos enviados à ONU. Contudo, poucos países realizam esse processo com regularidade e profundidade. Os dados enviados são fragmentados e não são facilmente acessíveis, o que impede a formação de um banco global confiável.