A região do Alto Douro Vinhateiro, reconhecida pela UNESCO como paisagem cultural, tem vindo a consolidar um modelo de sustentabilidade que junta produção vitivinícola, educação ambiental e preservação dos ecossistemas. Desde iniciativas comunitárias até às práticas responsáveis nas quintas, o Vale do Douro posiciona-se cada vez mais como um laboratório vivo de conciliação entre tradição e inovação.


Um exemplo de ação coletiva é o projeto Ecocidadania, da Associação BioLiving, com apoio do Six Senses Douro Valley. Desde março de 2025, voluntários têm plantado centenas de árvores autóctones e participado em mini-bioblitzes, workshops, sessões de mindfulness e cinema ambiental. Pretende-se recuperar espaços verdes, promover biodiversidade e envolver todos os públicos — família, escolas, seniores — na adoção de estilos de vida sustentáveis.

Do ponto de vista das quintas e adegas, várias empresas têm adotado práticas pioneiras. A Menin Douro Estates, por exemplo, mantém vinhas em socalcos tradicionais, promove produção integrada e biológica, combate pragas com técnicas não químicas e instalou painéis solares para reduzir as emissões de CO₂. Já Rui Roboredo Madeira segue agricultura biológica certificada (KIWA/SATIVA), agricultura de sequeiro, reciclagem de enxertos, reflorestação com vegetação autóctone, isolamento térmico em adegas e uso de garrafas mais leves e embalagens recicláveis.


Há também investimento institucional na formação e monitorização. A Universidade do Porto, em parceria com o IVDP, criou um algoritmo para rastrear a pegada carbónica e hídrica de todo o processo produtivo do vinho, com o objetivo de implementar boas práticas e certificar os produtores. A CCDR Norte promoveu, em maio de 2025, uma formação que reuniu professores para ensinar sobre ordenamento territorial, preservação da paisagem e adaptação climática da região.