O estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade de Utah, Universidade da Califórnia em Berkeley e do Serviço Florestal dos Estados Unidos revela que as florestas privadas industriais têm quase uma vez e meia mais chances de sofrer incêndios de alta intensidade do que as florestas públicas. Essa diferença é atribuída à estrutura florestal típica dessas áreas, com árvores densamente agrupadas e vegetação contínua que conecta o sub-bosque ao dossel, criando condições ideais para megafogos.

A análise utilizou dados de lidar para criar mapas tridimensionais das florestas públicas e privadas antes de cinco grandes incêndios que consumiram 1,1 milhão de acres na Sierra Nevada do Norte, Califórnia. Durante períodos de clima extremo, a densidade de árvores tornou-se o principal preditor de incêndios de alta severidade.
O estudo também ressalta que as florestas privadas são manejadas principalmente para maximizar lucros e produzir madeira, geralmente com plantios densos em grade que aumentam a propagação do fogo. Em contraste, as terras públicas têm objetivos mais variados, incluindo recreação, restauração, conservação da fauna e produção de madeira, mas enfrentam restrições legais e pressão de organizações ambientais que dificultam o desbaste efetivo.

O uso de lidar forneceu uma visão detalhada da estrutura das florestas antes dos incêndios, permitindo identificar fatores que favorecem fogos de alta intensidade. Essa informação é crucial para desenvolver estratégias preventivas que protejam a madeira disponível para o mercado, reduzam a severidade do fogo e minimizem impactos sobre a biodiversidade, a qualidade da água e a captura de carbono. Sem essas mudanças, há risco de transformação de florestas em áreas dominadas por arbustos e gramíneas.