Um estudo recente revelou que florestas industriais, com árvores plantadas de forma uniforme e densamente agrupadas, têm quase 50% mais chances de sofrer megaincêndios do que áreas públicas. Pesquisadores da Universidade de Utah, Universidade da Califórnia em Berkeley e do Serviço Florestal dos EUA usaram dados de lidar para mapear florestas públicas e privadas antes de cinco incêndios que consumiram 1,1 milhão de acres na Sierra Nevada, mostrando que o manejo florestal influencia diretamente a severidade dos incêndios.

A pesquisa mostrou que a densidade das árvores, ou número de troncos por acre, é o principal fator que determina a gravidade do fogo. Florestas gerenciadas por empresas madeireiras, com árvores de mesma idade e tamanho plantadas em padrões regulares, criam condições perfeitas para que os incêndios se espalhem rapidamente, atingindo o dossel e gerando incêndios devastadores. Estratégias de manejo que reduzem a densidade, como o afinamento de árvores grandes e pequenas, podem aumentar a resiliência das florestas.
O estudo destacou o contraste entre terras privadas e públicas. Enquanto empresas buscam maximizar lucros com plantações densas, terras públicas precisam conciliar múltiplos objetivos, como recreação, conservação e produção de madeira. Ações de manejo em áreas públicas muitas vezes enfrentam obstáculos legais, dificultando a aplicação de medidas preventivas contra incêndios de alta severidade.

O levantamento em Plumas National Forest demonstrou como a ausência de ciclos naturais de fogo, incluindo práticas de queimadas controladas por povos indígenas, acumulou combustível nas florestas modernas. Isso aumentou o risco de incêndios catastróficos, que podem transformar florestas densas em ecossistemas de arbustos e gramíneas, alterando drasticamente a paisagem e comprometendo qualidade da água e sequestro de carbono.