O governo Biden tem enfatizado o papel crucial do hidrogênio na redução das emissões de CO2 nos Estados Unidos. Contudo, as novas regras propostas para um crédito fiscal federal visando impulsionar a produção maciça desse combustível elementar levantam preocupações entre as empresas que já estão comprometidas com essa causa, levando algumas a considerar alternativas na Europa.
O Crédito de Produção de Hidrogênio Limpo, proposto pelo Departamento do Tesouro como parte do Inflation Reduction Act, oferece incentivos entre 60 centavos e $3 por quilo de hidrogênio produzido com baixas ou nulas emissões de carbono. A expectativa era que o hidrogênio verde, produzido com água e energia renovável, fosse privilegiado em relação ao hidrogênio “azul”, derivado do gás natural com captura de CO2 como subproduto.
As regras propostas incluem um elemento de “correspondência de tempo”, concedendo o crédito apenas para horas em que o hidrogênio é produzido com energia zero carbono. Além disso, as regras incentivam o uso de novas instalações de energia limpa, em detrimento das já existentes, uma exigência denominada “adicionalidade”.
Empresas como a Accelera, unidade de energia limpa da Cummins, expressaram críticas, alertando que as regras propostas limitarão significativamente o impacto do incentivo e podem prejudicar o progresso dos EUA em direção às metas climáticas.
Apesar de o hidrogênio já ser amplamente utilizado nos EUA, sua produção tradicional envolve a liberação de CO2. Melhorias em eletrolisadores e o aumento de fazendas solares e eólicas criam oportunidades para uma produção mais limpa, mas o custo ainda é um desafio. Sem um generoso crédito fiscal, o hidrogênio limpo pode permanecer uma opção menos atraente para setores sob pressão para reduzir as emissões, como siderurgia, produção de fertilizantes e transporte de carga pesada.