A startup de economia circular Brikole, fundada por Kyle de Bouter nas Seychelles, está transformando redes de pesca descartadas da indústria do atum em produtos reciclados, como bolsas e shorts. De Bouter percebeu o acúmulo de redes no porto de Victoria e viu uma oportunidade de criar empregos, gerar renda e combater o problema do lixo. Embora grandes empresas em países desenvolvidos estejam sendo instigadas a adotar práticas sustentáveis, pequenas e médias empresas em nações em desenvolvimento, como a Brikole, desempenham um papel vital muitas vezes subestimado.
As Seychelles, uma nação insular com foco na pesca do atum, enfrentam desafios ambientais únicos. A economia azul, definida como o uso sustentável dos recursos oceânicos, está sendo adotada, e a Brikole faz parte desse movimento. No entanto, a startup enfrentou obstáculos operacionais locais, como custos elevados de eletricidade e irregularidades no fornecimento de redes. Para superar esses desafios, De Bouter estabeleceu parcerias com associações de pesca do atum na Espanha e França, incentivando a doação de redes descartadas.
A Bureo, sediada na Califórnia, torna-se crucial na transformação das redes de pesca em produtos reciclados, como parte de sua missão de remover plástico do oceano. A parceria entre Brikole e Bureo visa criar uma cadeia de reciclagem regional nas Seychelles, evitando a necessidade de transportar as redes através dos oceanos.
A iniciativa contribui para a economia circular, reduzindo resíduos e promovendo a sustentabilidade. Com a reciclagem de mais de 500 toneladas de redes no ano passado, a Brikole tem potencial para representar uma parte significativa da produção total de nylon reciclado da Bureo. O projeto de De Bouter não apenas resolve o problema das redes de pesca desgastadas, mas também busca envolver a comunidade local.