Um estudo com mais de 100 centros de mama italianos destacou a dependência de itens estéreis descartáveis em biópsias de mama, contribuindo significativamente para o desperdício clínico. Os resultados, apresentados no congresso anual da Sociedade Europeia de Imagem da Mama (EUSOBI 2024) em Lisboa, chamam atenção para o impacto ambiental da prática médica, especialmente no uso de materiais estéreis de uso único.
A Dra. Elisabetta Giannotti, coautora do estudo e radiologista consultora no Reino Unido, não ficou surpresa com o uso de materiais estéreis, pois a segurança é prioritária nos procedimentos clínicos. No entanto, a pesquisa revelou a extensão desse uso e reforçou a necessidade de promover práticas sustentáveis que mantenham a segurança e, ao mesmo tempo, reduzam o desperdício, abrindo caminho para abordagens mais ecológicas.
Os métodos da pesquisa envolveram um questionário online com 56 itens, que foi distribuído a centros italianos de mama para examinar o uso de materiais em biópsias de agulha grossa. A pesquisa encontrou que 98% dos centros usaram agulhas descartáveis e que muitos outros itens estéreis, como luvas, campos e coberturas de sondas, são amplamente utilizados, mesmo quando as taxas de infecção são extremamente baixas.
Os autores do estudo sugerem que, com o risco de infecção muito baixo em biópsias de mama, o uso excessivo de materiais estéreis não é sempre necessário. Eles destacam a importância de minimizar o uso desnecessário desses itens sem comprometer a qualidade dos cuidados, apontando que medidas simples, como a técnica sem toque, podem manter a segurança e reduzir o impacto ambiental.
Para o futuro, os pesquisadores estão expandindo o estudo para um nível global e conduzindo uma pesquisa para avaliar as taxas de infecção em biópsias.