Os plásticos estão profundamente presentes em nosso cotidiano, mas o excesso de resíduos plásticos nos aterros e no meio ambiente tornou-se uma grave ameaça. Em resposta a esse problema, cientistas alemães desenvolveram um novo método de reciclagem de resíduos de poliestireno. Essa nova abordagem usa um processo eletroquímico eficiente com um catalisador de ferro barato, que também produz hidrogênio como subproduto e pode ser alimentado por energia solar.
Atualmente, menos de 10% do plástico mundial é reciclado, o que leva a uma acumulação cada vez maior de resíduos em aterros e corpos d’água, colocando a fauna e o ecossistema em risco. O poliestireno, utilizado em embalagens e construção, representa cerca de 33% do plástico em aterros, mas apenas 1% desse material é reciclado.
A equipe liderada pelo pesquisador Lutz Ackermann, do Instituto Friedrich Wöhler na Alemanha, propôs uma técnica eletrocatalítica inovadora para degradar poliestireno, transformando-o em produtos de benzoíla, materiais de partida para processos químicos. Este processo também gera algumas cadeias curtas de polímeros, que podem ter outras aplicações industriais.
O método utiliza um catalisador de ferro porfirínico, similar à hemoglobina, que é eficiente, atóxico e econômico. Durante a reação eletrocatalítica, o composto de ferro passa por várias etapas de oxidação que resultam na quebra das ligações carbono-carbono do poliestireno. Os principais produtos, ácido benzóico e benzaldeído, têm ampla utilidade na produção de fragrâncias e conservantes.
Esse processo inovador pode ser alimentado por energia solar, possibilitando a reciclagem de poliestireno com um impacto ambiental reduzido e a produção descentralizada de hidrogênio verde como subproduto. A nova abordagem tem potencial para escalonamento industrial e é uma solução sustentável para o problema do acúmulo de resíduos plásticos.